Argentina: Novo veto a aposentados e pensionistas por invalidez gera polêmica

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Em mais um capítulo da polêmica política na Argentina, o presidente Javier Milei voltou a vetar aumentos nas aposentadorias e pensões por invalidez. A decisão, publicada no Diário Oficial nesta segunda-feira (4),引发了争议 e afeta diretamente um grupo vulnerável da sociedade argentina.


A nova medida proíbe o reajuste de 7,2% nas aposentadorias e o pagamento de um bônus mensal de 40.000 pesos (equivalentes a US$ 30 ou R$ 166) para os beneficiários. Milei argumenta que as leis vetadas ameaçam o equilíbrio fiscal, com gastos adicionais de mais de 7 trilhões de pesos neste ano e 17 trilhões para 2026.


Esta não é a primeira vez que o presidente采取essa medida. Em agosto de 2024, ele já havia vetado um aumento similar, colocando os aposentados como o setor mais afetado por suas políticas de ajuste econômico. Estudos indicam que mais de 70% dos aposentados recebem menos de US$ 275 (R$ 1.524) mensalmente, colocando-os abaixo da linha da pobreza.


A situação é ainda mais delicada diante do contexto econômico argentino, com inflação registrando taxas altíssimas: 211% em 2023 e 117,8% no ano passado. Enquanto isso, o governo reduziu impostos sobre exportações de grãos e carnes, priorizando a agenda econômica de Milei.


Além disso, o presidente também vetou uma lei que restabelecia um período de moratória para permitir aposentadorias a quem não conseguiu comprovar 30 anos de contribuição - requisito exigido no país, onde mais da metade dos trabalhadores atua informalmente. A decisão impacta diretamente os direitos das pessoas com deficiência, que agora enfrentam mais dificuldades para acessar pagamentos de saúde e empregos garantidos por lei.


Agora, o Congresso argentino terá de reunir dois terços dos votos em ambas as câmaras para reverter os vetos. Enquanto isso, os aposentados continuam a lutar por um futuro mais justo e digno em meio à crise econômica que afeta seu país.

Bruno Lima

Bruno Lima

É incompreensível como austeridade fiscal se tornou sinônimo de insensibilidade humana. Enquanto o presidente Milei prioriza o equilíbrio das contas públicas, milhões de argentinos mais vulneráveis sofrem as consequências desumanas dessa política. O discurso econômico pode ser frio, mas a realidade é quente demais para os que já estão na berma da pobreza. Que Milei reflita: governar não é uma equação matemática, é uma escolha de prioridades.

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