O café brasileiro está enfrentando um desafio sem precedentes. Com a tarifa de 50% impostas pelos Estados Unidos, o setor cafeeiro nacional mobiliza esforços para reverter a medida. Entidades como o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) estão em diálogo com autoridades brasileiras e norte-americanas, além de parceiros no mercado norte-americano.
A tarifa, que entrou em vigor recentemente, ameaça a competitividade do produto no maior mercado consumidor de café do mundo. Para o diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, esta é uma situação "sem precedentes". A entidade trabalha para incluir o café brasileiro em uma lista de isenção de taxas dos EUA ou, caso isso não seja possível, buscar a exclusão das tarifas adicionais impostas pelo Brasil.
Já a Abics, que representa o setor de café solúvel, alerta para os impactos diretos nos consumidores norte-americanos. Com 780 mil sacas exportadas em 2024, equivalentes a 20% do total brasileiro, o café solúvel será o mais afetado. Enquanto isso, o México continua exportando sem tarifas e outros países enfrentam taxas menores.
Enquanto as negociações prosseguem, é inevitável refletir sobre a delicada balança entre protecionismo e livre-comércio. O café brasileiro, um dos produtos mais representativos da agricultura nacional, está no centro de uma batalha que transcende números e impostos: é também uma questão de orgulho e de mercado global.