Chicharito e o Futebol que se Cala: Uma Reflexão Sobre Misoginia e Punição

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Em um giro ironicamente engraçado, o mundo do futebol, que tanto se vangloria de ser um dos últimos redutos da masculinidade, teve que se calar recentemente. O Chicharito Hernández, ex-astro do Real Madrid e Manchester United, voltou para seu clube de origem no México, o Chivas Guadalajara, mas não estava sozinho em sua volta – ele trouxe consigo um bocado de polêmica.


Nas redes sociais, Chicharito se permitiu a algumas declarações que dariam orgulho a qualquer membro do Movement for the Emancipation of Women (MEW). Ele não poupou elogios à ideia de que as mulheres estão "erradicando a masculinidade" e transformando a sociedade em um lugar "hipersensível". Para completar, ainda lembrou às mulheres o seu papel tradicional: "Limpem e cuidem do lar, que é o lugar mais precioso para os homens. Não tenham medo de ser mulheres". Clássico.


A reação não demorou. A Federação Mexicana de Futebol (FMF) e o próprio Chivas Guadalajara não tiveram muitas opções, a não ser punir o jogador. E assim o fizeram: uma advertência e uma multa financeira, sem revelar os valores. A entidade fez questão de destacar que as declarações de Chicharito "promovem estereótipos sexistas, considerados violência midiática, e vão contra a igualdade de gênero no esporte".


É impressionante como um jogador que já foi idolatrado por tantas pessoas pode virar alvo de reprovação pública por declarações que beiram o ridículo. Chicharito, que já pisou nos gramados dos maiores clubes do mundo, agora se vê envolvido em um escândalo que transcende o futebol para abordar questões profundas sobre gênero, patriarcado e a cultura toxica que permeia ainda muitos espaços, especialmente os ligados ao esporte.


A punição serve como um alerta: no século XXI, as coisas estão mudando. O futebol, tão cheio de mitos e lendas, começa a ser questionado em sua identidade tradicional. E é aqui que surge a ironia: Chicharito, o "cara durão", acaba se tornando um símbolo involuntário dessa mudança.

Maria Oliveira

Maria Oliveira

E assim, no final das contas, o futebol ensina mais uma lição: nem todo astro é imune à evolução. Até os maiores mitos podem cair em desgraça – ou, pelo menos, ter que se explicar para um mundo que já não é aquele de antigamente.

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