A relação entre as Coreias sempre foi marcada por tensões diplomáticas e desafios complexos. Recentemente, a irmã do líder norte-coreano, Kim Yo Jong, rebateu as iniciativas do governo sul-coreano, acusando-o de manter uma 'confiança cega' na aliança com os Estados Unidos e mostrando hostilidade em relação à Coreia do Norte. Essas declarações sinalizam que Pyongyang não vê necessidade de retomar as conversas diplomáticas no curto prazo.
Kim Yo Jong destacou que a Coreia do Sul, apesar das recentes medidas para melhorar os laços bilaterais, como o fim dos alto-falantes fronteiriços e a repatriação de norte-coreanos, ainda planeja se confrontar com seu país. Esse posicionamento pode indicar uma estratégia deliberada de afastar Seul de Washington, explorando as tensões entre os dois aliados.
Enquanto isso, a Coreia do Norte tem se concentrado em expandir sua cooperação com a Rússia, enviando tropas e armas convencionais para apoiar a guerra na Ucrânia. Essa parceria estratégica pode oferecer suporte econômico e político a Pyongyang, compensando as sanções internacionais impostas após o fracasso das negociações nucleares com os Estados Unidos.
Para especialistas, como Leif-Eric Easley, da Universidade Ewha Womans, em Seul, essas declarações de Kim Yo Jong têm um público interno em mente. Elas buscam reforçar a autoestima nacional e justificar os programas nucleares, ao mesmo tempo em que buscam dividir Seul e Washington criticando os exercícios militares conjuntos.
Apesar desse cenário complexo, a Coreia do Norte pode estar explorando opções alternativas para sua relação com a Coreia do Sul e os Estados Unidos. Com o próximo congresso do Partido dos Trabalhadores marcado para janeiro, Pyongyang poderá apresentar planos B e C para redefinir suas estratégias regionais.
