A revista The Economist não economiza na dose de crítica ao governo dos Estados Unidos e a sua atitude inédita contra o Judiciário brasileiro. Em recente editorial, ela classifica as sanções impostas por Donald Trump contra os juízes envolvidos no processo contra Jair Bolsonaro como um ‘ataque sem precedentes’. A publicação britânica questiona a aplicação da Lei Magnitsky no Brasil, afirmando que ela foi usada para punir autoridades por graves violações de direitos humanos, algo que não teria sido feito pelo ministro Alexandre de Moraes.
Segundo a revista, a Lei Magnitsky brasileira é usada para atacar juízes ligados ao processo contra Bolsonaro, um aliado ideológico de Trump. No entanto, The Economist destaca que Moraes não cometeu nenhum ato comparável a crimes internacionais como os cometidos por generais birmaneses ou autoridades russas. Ao contrário, ele lidera o processo contra Bolsonaro, acusado de planejar um golpe para anular as eleições de 2022.
A publicação também critica a demora na conclusão do inquérito das Fake News, aberto em 2019, e o que considera como uma transferência inadequada de responsabilidade do STF para julgar casos envolvendo desinformação. No entanto, ela reconhece que as ações de Moraes não foram ilegais, amparadas pela Constituição brasileira.
Enquanto Trump e seus aliados apostam em pressionar os juízes para anular o processo contra Bolsonaro, The Economist alerta que essa estratégia pode se voltar contra eles. Com Lula no comando e a maioria do povo brasileiro considerando Bolsonaro um ‘traidor’, a pressão sobre Moraes dificilmente terá efeito, especialmente diante da Constituição que o ampara.
