A fome não apenas silencia os corpos, mas também as vozes que tentam contar histórias de sofrimento. Na Faixa de Gaza, jornalistas da AFP enfrentam uma batalha desigua: enquanto relatam a guerra entre Israel e o Hamas, a escassez de alimentos torna suas próprias forças um recurso cada vez mais raro.
Em 24 horas, a fome ceifou a vida de 15 pessoas, quatro das quais eram crianças. Enquanto isso, o conflito entre Israel e o Hamas persiste, com os israelenses controlando os acessos e limitando a entrada de ajuda humanitária. A ONU já classificou o uso da fome como arma de guerra como crime, mas as acusações se multiplicam sem quebras de veto.
Os jornalistas relatam não apenas a dor do trabalho, mas a exaustão física e mental que impede seu compromisso com a notícia. 'Não nos restam forças por causa da fome', declarou um deles. Essas vozes são fundamentais, pois documentar a realidade é resistir ao silêncio imposto pela guerra.
Enquanto isso, o ciclo de sofrimento continua: crianças desmaiam na cozinha de caridade, famílias pagam preços exorbitantes por alimentos básicos e médicos relatam níveis alarmantes de mortalidade. A fome, como disse um dos jornalistas, 'impede de pensar'—ela é mais forte que o medo da morte.
Na trama desse drama, o dinheiro vivo escasseia, as taxas bancárias são exorbitantes e os preços do combustível explodem. A economia local está em colapso, e a ajuda internacional parece virar um boneco de橡皮泥 nas mãos de ambos os lados.
Os números são chocantes: 1.000 palestinos mortos desde maio tentando obter alimentos, 21 crianças que perderam a vida em apenas três dias. E para cada número, há uma história de sofrimento que ninguém quer ouvir—ou melhor, que muitos preferem ignorar.