Netanyahu anuncia plano para assumir controle militar total de Gaza

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Em uma entrevista ao canal Fox News, Benjamin Netanyahu declarou que Israel pretende assumir o controle militar total da Faixa de Gaza, apesar das intensas críticas internacionais e locais. Em um discurso cheio de retórica, Netanyahu afirmou que não quer verIsrael como órgão governamental na região, mas sim garantir um perímetro de segurança. A declaração foi feita pouco antes de uma reunião com ministros para discutir os planos de expansão do controle militar em Gaza.


As consequências imediatas da decisão de Netanyahu já são sentidas na região. Centenas de manifestantes se reuniram diante do gabinete do primeiro-ministro em Jerusalém, protestando contra a ideia de uma guerra ampliada e pedindo o fim imediato da operação militar. Entre os manifestantes estavam familiares de reféns e civis afetados diretamente pela guerra.


Desde o início do conflito, mais de 61.000 palestinos morreram como resultado das ações israelenses, e pelo menos 99 pessoas faleceram por fome na região. A ONU classificou as notícias sobre uma possível expansão das operações militares como "profundamente alarmantes". Enquanto isso, o Hamas acusou os comentários de Netanyahu de serem "um golpe flagrante" contra o processo de negociação.


Netanyahu e seu governo insistem que a vitória total sobre o Hamas é necessária para garantir a liberação dos reféns israelenses. No entanto, os ministros da coalizão de extrema-direita defendem a ocupação total de Gaza e o restabelecimento de assentamentos israelenses na região, algo que não ocorria desde 2005.


Enquanto isso, as negociações internacionais para um cessar-fogo continuam estagnadas. A Casa Branca se mantém silenciosa sobre o assunto, e Trump recusou-se a comentar sobre os planos de Netanyahu. No entanto, as pesquisas de opinião mostram que a maioria dos israelenses deseja um acordo que permita a libertação dos reféns restantes.


Enquanto o conflito se arrasta, a população de Gaza enfrenta deslocamentos constantes, fome e falta de acesso a serviços básicos. Aya Mohammad, uma mãe de 30 anos que voltou para sua comunidade na Cidade de Gaza após vários deslocamentos, resume a situação: "Você sabe o que é deslocamento? Significa que sua dignidade foi destruída, você se torna um mendigo sem teto, em busca de comida, água e remédios".


Netanyahu, no entanto, parece estar determinado a seguir adiante com seu plano, mesmo diante das consequências humanitárias da guerra. Sua declaração serve como um lembrete doloroso de que, em política, o poder muitas vezes é mantido à custa da dor alheia.

Juliana Rocha

Juliana Rocha

Este conflito não terminará amanhã ou daqui uma semana. É um drama que se repete há décadas, e a cada dia que passa, mais inocentes pagam o preço da insanidade das guerras. Quanto tempo mais será preciso para que ambos os lados compreendam que a paz é a única saída possível?

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