O Major Cláudio Mendes dos Santos, ex-policial militar do Distrito Federal e apontado como um dos líderes do acampamento golpista em frente ao Quartel General do Exército, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena de 17 anos. O julgamento, que teve início no final de junho, terminou após o recesso dos ministros da Corte, com o relator Alexandre de Moraes sugerindo a pena máxima, posição compartilhada por Flávio Dino. Cristiano Zanin propôs uma pena menor (15 anos), enquanto Luiz Fux reduziu para 11 anos. Cármen Lúcia não votou.
Contexto e acusações
Cláudio foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por associação criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, danos qualificados pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União. A PGR destacou seu papel de liderança nas plataformas digitais, onde difundia conteúdo incitador e convocava adeptos ao movimento antidemocrático.
Defesa e negações
Em sua defesa, Cláudio Mendes negou ter frequentado o acampamento após dezembro de 2022 e afirmou não estar em Brasília no dia 8 de janeiro, data das depredações. Ele também negou financiar o acampamento ou portar armas. Sua defesa caracterizou a denúncia como "genérica" e destacou que não há provas de sua participação na organização criminosa.
Implicações e reflexões
O caso de Cláudio Mendes reflete um momento crucial da democracia brasileira, onde a tentativa de subvertê-la é punida com dureza. A condenação do Major serve como lembrete da fragilidade das instituições e da necessidade de proteger o Estado Democrático de Direito contra aqueles que buscam seu colapso. Este episódio também lança luz sobre a polarização política no Brasil, onde discursos extremados podem inspirar ações que ameaçam a ordem pública.