Imagine um mundo em que a pesquisa científica fosse uma tarefa ágil, organizada e associativa, onde o conhecimento não estaria preso em gavetas repletas de cartões indexados. Esse sonho foi concebido há 80 anos por Vannevar Bush, engenheiro americano que antecipou a necessidade de um sistema revolucionário para organizar e acessar informações.
Bush, que inspirou inventos como o hipertexto e a World Wide Web, propôs o Memex: uma máquina pessoal capaz de armazenar e ligar documentos de forma associativa. Apesar de sua visão visionária, Bush alertava que tecnologia sem um propósito humanista pode se tornar opressora.
Hoje, com a inteligência artificial em nossos bolsos, o legado do Memex está mais vivo do que nunca. Mas Bush estaria ansioso diante de sistemas que simplificam estudos científicos e predizem comportamentos humanos com precisão impressionante. A pergunta é: estamos usando tecnologia para potencializar nossa criatividade ou para substituí-la?
Enquanto o Memex foi uma solução técnica, a lição de Bush transcende a tecnologia. É um lembrete de que, no âmago, a tecnologia deve ser sempre centrada no humano.