Quando se fala em reciclamento de plásticos, a ideia parece ser uma salvação para o planeta. No entanto, a realidade é bem mais complicada. O fracasso do reciclamento não é apenas culpa dos hábitos dos consumidores, mas também está ligado a restrições têrmicas, químicas e engenharias que afetam diretamente os materiais.
A partir da redesign de polímeros até a separação mais inteligente, a engenharia está repensando o futuro do plástico. No século XIX, o inventor britânico Alexander Parkes apresentou o primeiro plástico artificial, o Parkesine, feito a partir de celulose tratada com ácido nítrico e um solvente. Ele não imaginava que esse material revolucionaria a indústria, dando origem a uma série de outros plásticos como o celuloide, o Bakelite, o PVC, a nylon e o PET.
Decadas mais tarde, os impactos ambientais do plástico começaram a se tornar evidentes. Em 1960, cientistas descobriram partículas de plástico no Oceano Atlântico, alertando para um problema global. Diante disso, o reciclamento foi apresentado como uma solução: transformar resíduos plásticos em matérias-primas reutilizáveis.
Apesar de inicialmente ser visto como uma ideia inteligente, o reciclamento revelou-se cheio de desafios. Custoso e ineficiente, o processo também libera microplásticos na natureza e é ligado a problemas de toxicidade. Um relatório da Greenpeace aponta que os plásticos reciclados frequentemente contêm substâncias perigosas, como retardadores de chama, carcinógenos e disruptores endocrinos.
Os custos associados ao reciclamento também não são negligíveis. Enquanto o reciclamento mecânico é a método mais comum, ele só é eficiente para determinados tipos de plásticos. O reciclamento químico, por outro lado,虽然 promissor, ainda está em fase experimental e custa muito mais.
Enquanto isso, empresas estão explorando soluções inovadoras, como embalagens baseadas em cogumelos e biopolímeros. No entanto, a verdadeira mudança virá ao reduzirmos nossa dependência do plástico e repensarmos o sistema atual.
Georgina Jedikovska, jornalista e engenheira horticultural, escreve que a crise dos plásticos é também uma crise da humanidade. "Nossa capacidade de poluir cresceu junto com nossas inovações", disse ela em entrevista.