Em uma noite marcada por tensão política, o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), conhecido como Hélio Negão, protagonizou um protesto silencioso em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília. Armado com uma fita branca na boca, ele buscava demonstrar seu descontentamento com decisões do STF relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente é réu no chamado inquérito do golpe.
Montando uma pequena estrutura e acampando na Praça dos Três Poderes, Lopes seguia a linha de protesto mudo, um método cada vez mais comum em meio à polarização política brasileira. No entanto, o clima pacífico foi interrompido quando um manifestante contrário ao ex-presidente se aproximou, questionando a atuação do parlamentar na Câmara dos Deputados e chamando-o de 'parlamentar sem fala no Congresso'.
A abordagem nãoceu imediatamente reação por parte dos apoiadores de Bolsonaro que estavam no local. Presente para proteger o deputado, o desembargador aposentado Sebastião Coelho, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), não hesitou em expulsar o manifestante de forma contundente.
Após a confusão, o manifestante saiu do local, deixando Lopes ainda acampado na Praça dos Três Poderes. A Polícia Militar acompanhou toda a situação, mas não registrou novos incidentes. O episódio serve como mais um exemplo da crescente tensão entre os extremos políticos no Brasil, onde até mesmo protestos individuais podem virar arenas de confronto.
É curioso observar como um ato inicialmente pacífico pode degenerar em tão pouco tempo. Talvez a lição aqui seja que, em tempos de divisão profunda, qualquer sinal de descontentamento é rapidamente interpretado como uma provocação. E, nesse jogo de espelhos da política brasileira, ninguém sai ganhando.