Os criadores de South Park, Trey Parker e Matt Stone, estiveram na Comic-Con na quinta-feira passada, um dia após o lançamento da temporada 27 de seu programa, Sermon on the 'Mount'. O episódio causou polêmica por satirizar Donald Trump e os chefes corporativos da Paramount. Durante a discussão com a plateia, Parker e Stone foram questionados sobre as notas recebidas da rede sobre o episódio. Eles relataram que grande parte das conversas girava em torno do tamanho diminuto do pênis de Trump na animação.
Parker admitiu que disse à Paramount: "Se colocarmos olhos no pênis, não vamos borrifar [esconder]." Essa discussão durou quatro dias. A Paramount queria desfocar a imagem, mas os criadores insistiram que era uma parte do personagem. Stone chegou a brincar que estava pronto para enfrentar um subpoena, arrancando risadas da plateia.
No episódio em questão, Trump é retratado pedindo sexo ao Diabo e participa de um deepfake satírico, onde aparece nu com o slogan "Seu pênis é pequeno, mas seu amor por nós é grande." A Casa Branca reagiu duramente, chamando o show de "insignificante" e culpando-o por distrair a atenção do presidente Trump, que teria entregue mais promessas em seis meses do que qualquer outro presidente na história dos Estados Unidos.
Ironicamente, South Park é uma propriedade valiosa para a Paramount. A empresa acaba de fechar um contrato lucrativo com Parker e Stone, no valor de 300 milhões de dólares por ano, incluindo 50 novos episódios e a disponibilização de todas as temporadas na plataforma Paramount+. Enquanto isso, o Conselho de Comunicações Federais aprovou a fusão da Paramount com a Skydance, que incluiu o pagamento de 16 milhões de dólares a Trump e a supressão de iniciativas de diversidade.
Para encerrar, Stone e Parker receberam um prêmio Inkpot na Comic-Con pelo excepcional trabalho em animação. Enquanto isso, a Paramount enfrenta críticas por priorizar a comédia em detrimento da diversidade e do jornalismo responsável.
