Em um movimento que promete afetar significativamente o cenário econômico de Santa Catarina, o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está prestes a causar impactos diretos em quase metade das cidades do estado. Com um aumento de 50% nas taxas sobre exportações brasileiras, cerca de 130 municípios catarinenses que enviam produtos ao mercado americano serão diretamente afetados.
De acordo com dados compilados pelo Observatório da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), no primeiro semestre de 2025, esses municípios já haviam registrado exportações significativas. Enquanto cidades como Joinville e Jaraguá do Sul lideram as exportações com US$ 123,53 milhões e US$ 112,92 milhões respectivamente, outras, como Araranguá e Três Barras, apesar de menores, também estão na mira das novas tarifas.
Para muitas dessas cidades, especialmente aquelas de porte médio ou pequeno, o aumento nas taxas representa um desafio significativo. Em Araranguá, por exemplo, as exportações de mel constituem a maior parte da receita vinda dos Estados Unidos, enquanto em Três Barras, a madeira é o produto principal. Ambos os setores estão agora sujeitos ao tarifaço de 50%, um revés para economias localizadas nessas regiões.
A situação é ainda mais complexa considerando a posição do Brasil em relação aos Estados Unidos. Enquanto Trump mantém sua postura inflexível, o cerco político no Brasil se fecha cada vez mais ao ex-presidente Jair Bolsonaro, um dos argumentos usados pelos americanos para justificar as novas taxas.
Ao longo do primeiro semestre de 2025, as exportações catarinenses totalizaram US$ 5,86 bilhões, com US$ 847,24 milhões destinados aos Estados Unidos. Com o tarifaço em vigor, a expectativa é que muitos exportadores enfrentem desafios na manutenção de seus volumes atuais.
Enquanto isso, as cidades mais industrializadas, como Joinville e Jaraguá do Sul, sentem na pele os efeitos das novas taxas. Em Joinville, por exemplo, a exportação de partes de motores e bombas de ar respondeu por US$ 123,53 milhões, um volume que agora enfrenta um obstáculo adicional.
Em contraste, cidades menores como Caçador, com uma população de pouco mais de 60 mil habitantes, também estão no epicentro das novas tarifas. Lá, a exportação de madeira e MDF para os Estados Unidos somou US$ 101,74 milhões, destacando-se como um dos principais pilares da economia local.
Enquanto o cenário político internacional se tensiona, os exportadores catarinenses buscam maneiras de mitigar os efeitos do tarifaço. Para muitos, a adaptação será essencial para manterem-se competitivos no mercado global.