Em meio a tensão na Câmara dos Deputados, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) marcou uma sessão no plenário para esta quarta-feira (6/8), às 20h30. Mesmo com os bolsonaristas ocupando o local, Motta decidiu presidir pessoalmente a reunião e não hesitou em ameaçar suspender os mandatos de deputados que resistissem a sair da Mesa Diretora.
Os parlamentares de oposição, no entanto, mantiveram-se firmes. O clima foi tenso, com a Polícia Legislativa sendo convocada para controlar a situação. Apesar do horário marcado, a sessão teve início complicado, com empurra-empurra entre os deputados.
Após negociações prolongadas, os opositores deixaram finalmente a Mesa Diretora. Motta aproveitou para fazer um pronunciamento duro, criticando a oposição e reforçando a necessidade de diálogo. Ele destacou que a oposição tem direito à manifestação, mas deve seguir o rito legislativo.
O presidente fez questão de ressaltar que os parlamentares não podem defender projetos pessoais ou eleitorais, e que atos que comprometem a ordem no plenário não serão tolerados. A fala foi encerrada por volta das 22h40.
Antes da sessão, os bolsonaristas haviam ocupado as Mesas Diretoras na terça-feira (5/8), exigindo a votação de um 'pacote da paz' que inclui anistia para envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, o fim do foro privilegiado e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
Enquanto isso, no Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) classificou a ação dos bolsonaristas como arbitrária e marcou uma sessão virtual para quinta-feira (7/8).