A era da tecnologia avançada não é apenas sobre inovações mirabolantes; ela também está profundamente ligada à extração de elementos químicos raros, conhecidos como terras raras. Estes 17 elementos, com propriedades únicas, são essenciais para a produção de ímãs permanentes que alimentam os modernos dispositivos eletrônicos, baterias de carros elétricos e até sistemas militares.
Em meio a um cenário global marcado pelo aquecimento da demanda por minerais críticos, o Brasil emerge como uma figura chave. Com 23% das reservas conhecidas de terras raras no mundo, Minas Gerais concentra os principais depósitos do país. No entanto, a realidade atual é que esses recursos são exportados para a China, onde são processados e transformados em componentes estratégicos.
Em Lagoa Santa, na Grande Belo Horizonte, um projeto piloto está sendo desenvolvido para produzir ímãs permanentes locais. A operação experimental está prevista para começar no segundo semestre de 2025, com uma capacidade anual de até 100 toneladas. Embora ainda pequena em comparação à demanda nacional (estimada em 10 mil toneladas por ano), a iniciativa representa um passo crucial rumo à autossuficiência.
"Quando conseguir provar que o Brasil tem essa capacidade, as pessoas certas e os investimentos vêm, e a gente constrói novas fábricas, muito maiores", afirma o pesquisador Eduardo Neves. A aposta é que Minas Gerais possa se tornar um hub tecnológico para a América Latina.
Porém, o caminho não é sem desafios. O Brasil enfrenta pressões externas, como o interesse dos Estados Unidos por seus minerais estratégicos. Recentemente, o presidente Lula reagiu à fala do encarregado de negócios da embaixada norte-americana, Gabriel Escobar, destacando que "ninguém põe a mão" nos metais战略性.
A exploração de terras raras não é uma tarefa simples. Apesar do nome sugirir o contrário, esses elementos não são raros em si mesmos; estão espalhados por todo o mundo, mas em concentrações muito pequenas. A China domina 70% da produção global, graças a gigantescas jazidas como a mina de Bayan Obo.
Enquanto isso, no Brasil, o desafio é não apenas explorar esses recursos, mas também fazê-lo de forma responsável, ambientalmente e socialmente. "Existe um otimismo muito grande, mas com algumas observações de como isso vai acontecer. Tem que ser de forma responsável, ambientalmente e socialmente", explicou um dos envolvidos.
Os tempos são marcados por uma corrida global por minerais críticos, com as maiores potências movendo-se para garantir acesso a esses elementos. No entanto, no Brasil, a oportunidade de se posicionar como um player chave na cadeia全球 está lá, desde que sejam采取adas ações corretas.