Margaret Brown mergulhou fundo na história das quatro jovens assassinadas em uma loja de iogurte em Austin, Texas, em 1991. Em sua série documental "The Yogurt Shop Murders", estrelando no HBO, Brown retrata o trauma que essa tragédia causou nas famílias das vítimas e na cidade.
Brown, conhecida por seu trabalho em filmes como Descendant, teve a ideia da série após conversas com Emma Stone e seu marido, Dave McCary, que já haviam vivenciado o impacto do caso enquanto moravam em Austin. A produção foi entregue à A24, empresa conhecida por contar histórias complexas e arrebatadoras.
Para a realização desse projeto, Brown entrevistou membros das famílias das vítimas, equipes policiais envolvidas no caso e até os próprios criminosos que cumpriram pena. Além disso, ela teve acesso a cenas de interrogatórios raramente vistas, bem como material inédito de outro cineasta, Claire Huie, que abandonou um projeto similar após ser profundamente afetada emocionalmente.
"Foi assustador", confessou Brown. "Eu não sabia o que estava me preparando para enfrentar. O peso emocional das entrevistas com as famílias foi maior do que eu imaginava."
A série explora como cada família lidou com o trauma de forma única, destacando a resiliência humana diante da dor. No entanto, Brown admitiu que teve que ajustar sua abordagem inicial após conhecer as vítimas e suas famílias.
A produção também destacou o impacto visual das imagens perturbadoras do crime. A equipe editorial alertou Brown sobre a importância de evitar reviver essas cenas, já que elas poderiam causar trauma duradouro. A A24 chegou a pagar por terapias para membros da equipe que tiveram dificuldade em lidar com o material.
Apesar das dificuldades, Brown viu na história uma oportunidade de explorar temas universais: o luto, a culpa e a busca por justiça. "Cada um de nós carrega algum tipo de escuridão em sua vida", refletiu ela. "Esse caso é apenas um exemplo extremo desse processo."
