Em uma manobra que mistura política e negócios, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta quinta-feira (7) a demissão imediata do CEO da fabricante de semicondutores Intel, Lip-Bu Tan. A decisão foi tomada após um senador republicano levantar preocupações sobre os laços de Tan com empresas chinesas.
Trump, através de sua plataforma Truth Social, declarou que o conflito de interesses envolvendo o executivo é "gravíssimo" e que não há outra solução senão a renúncia. A pressão sobre Tan veio um dia após o senador Tom Cotton enviar uma carta à Intel questionando os vínculos do CEO com empresas chinesas ligadas ao Exército Popular de Libertação da China.
Segundo Cotton, Tan controla dezenas de empresas na China e tem participação em centenas de negócios relacionados a avançados chips e fabricação. Pelo menos oito dessas empresas têm ligações com o Exército Popular de Libertação da China. O senador também destacou que Tan dirigia a Cadence Design Systems, uma empresa que produz programas usados por fabricantes de microchips, quando ocorreu um episódio em que a empresa admitiu ter vendido ilegalmente produtos a uma universidade militar chinesa.
Nascido na Malásia, Lip-Bu Tan assumiu o cargo de CEO da Intel em março deste ano, num momento em que a empresa enfrentava desafios, incluindo um atraso na inteligência artificial (IA) e o impacto de tarifas e restrições à exportação impostas pelo governo dos EUA. Tan já foi o quarto CEO da Intel em apenas sete anos, indicando os desafios persistentes que a empresa enfrenta no Vale do Silício.
Enquanto isso, a concorrência intensificada por empresas asiáticas como TSMC e Samsung, bem como o surgimento da Nvidia como principal fornecedora de chips de IA, complica ainda mais o cenário para a Intel. A pressão política agora soma-se às dificuldades operacionais, colocando Tan em um dilema sem precedentes.