A pandemia do coronavírus nunca para de nos surpreender. E, desta vez, surge a variante XFG — apelidada de Frankenstein —, uma recombinação assustadora de duas variantes ômicron: LF.7 e LP.8.1.2. Assim como o famoso personagem da literatura, essa nova cepa é um 'construto' feito à partir de partes diferentes, com potencial para causar impacto em nosso already complicado cenário epidemiológico.
Para começo de conversa, os sintomas não são nada novos: febre, dores musculares, tosse, resfriado, mal-estar e dor de cabeça. Parecem os mesmos da Covid-19 clássica. No entanto, a preocupação está no aumento de infecções que ela causou, especialmente no início de julho. Afinal, é a corrida evolutiva do vírus que não para de se adaptar, tentando ser cada vez mais transmissível.
Mas aqui está a ironia: estamos em 2025 e ainda falamos sobre variantes. Desde o início da pandemia, já foram identificadas dezenas de cepas pelo mundo. Algumas chamam mais atenção, como as classificadas pela OMS como de 'preocupação' ou 'interesse'. E a Ômicron, com suas muitas mutações e resistência às vacinas, é um exemplo dessa evolução constante.
Enquanto isso, no Brasil, a ciência trava batalhas silenciosas para entender e conter o avanço desse novo inimigo. A Fiocruz em parceria com autoridades brasileiras monitora de perto a XFG, que já está presente em 38 países e saltou de 7% para 22% dos casos sequenciados em apenas três semanas.
É interessante notar como o homem, que tanto luta contra as doenças, acaba contribuindo para a evolução delas. A vacinação massiva, por exemplo, pode ter pressionado o vírus a se tornar mais resistente — um verdadeiro jogo de gato e cachorro na escala microbiana.
Agora, a OMS classifica a XFG como uma variante 'sob monitoramento' (VUM), ou seja, ainda não é considerada de alto risco. Mas, como sempre, melhor prevenir do que remediar. Enquanto os cientistas seguem estudando e as autoridades sanitárias atualizando suas estratégias, nós, população, podemos apenas torcer para que essa nova 'Frankenstein' não seja mais um exemplo daquele ditado: o que é feito nas profundezas das florestas... acaba voltando.