A vitamina D, mais conhecida por sua função na saúde dos ossos, pode ter um efeito protetor importante sobre o fígado. Um estudo recente da Universidade Nacional de Chungnam, na Coreia do Sul, revelou que o suplemento reduz os danos causados pela doença hepática crônica (DHC) ao ativar uma proteína específica nas células dos ductos biliares, conhecidas como colangiócitos.
A doença hepática crônica afeta cerca de 1,5 bilhão de pessoas no mundo. Na maioria dos casos, o problema progride de forma silenciosa e só é descoberto em estágios mais avançados, quando pode evoluir para cirrose ou câncer. Atualmente, o transplante de fígado ainda é a única opção terapêutica definitiva em muitos casos.
Segundo o estudo, publicado na revista Nature Communications, pacientes com baixos níveis de vitamina D apresentam uma resposta mais intensa às lesões no fígade. Essa reação inclui uma proliferação excessiva dos colangiócitos — células que tentam reparar o órgão, mas que, ao serem ativadas por muito tempo, acabam contribuindo para inflamação e fibrose.
Nos testes com camundongos, a vitamina D aumentou a produção de TXNIP, uma proteína que ajuda a regular a resposta celular ao estresse. Quando essa proteína foi bloqueada, houve uma intensificação da inflamação e um maior acúmulo de colágeno, marcador da progressão da fibrose. Além disso, a falta de TXNIP leva os colangiócitos a secretarem substâncias inflamatórias como TNF-α e TGF-β, o que agrava o quadro inflamatário.
Os cientistas destacam que esses resultados são promissores, mas ressaltam a necessidade de mais estudos antes que a vitamina D possa ser indicada como tratamento complementar. Se os efeitos forem confirmados em humanos, o suplemento pode se tornar uma alternativa segura e acessível para milhões de pessoas.
Enquanto isso, é importante lembrar que a saúde do fígado não depende apenas de um único nutrientre. A prevenção ainda é a melhor aliada contra as doenças hepáticas, com uma dieta balanceada, evitação do excesso de álcool e cuidados com os medicamentos.