Em julho de 2020, os britânicos respiraram aliviados. Após quatro meses de isolamento impostos pelas medidas de COVID-19, os bares e pubs finalmente reabriram. Foi uma época única, onde a tradição secular dos pub brasileiros (sim, brasil, leia-se ingleses) se confrontou com a nova realidade da pandemia.
A imagem icônica: A foto que registrou esse momento foi capturada por Peter Summers, fotógrafo da Getty Images. Em um bairro de Londres chamado Soho, conhecido como o epicentro da noite inglesa, a cena era surreal. Com as ruas fechadas para carros e os banquitos colocados nas calçadas (algo comum na França e na Itália, mas raro no Reino Unido), o fotógrafo registrou um homem sem camisa, espirrando água em si mesmo, iluminado pelas luzes coloridas dos bares. A foto encapsula a ambiguidade do momento: alegria, desespero e uma dose de insanidade coletiva.
Contexto histórico: Os pubs britânicos resistiram a crises anteriores, como as duas guerras mundiais. No entanto, o isolamento imposto pela COVID-19 foi algo novo. O país enfrentava não apenas um vírus, mas também a perda da rotina social que os bares representam. Foi uma época em que beber se tornou um ato de resistência – e excessivo.
Impacto na sociedade: A reabertura dos bares foi acompanhada por iniciativas governamentais, como o programa Eat Out to Help Out, que oferecia descontos para incentivar a economia do setor. No entanto, essa volta às atividades não foi sem contradições. Enquanto alguns celebravam a normalidade, outros expressavam ansiedade, temendo lapsos nas medidas de segurança. Até mesmo um cliente teve que ser retirado à força após se recusar a ser fotografado.
Retrospectiva: Olhando para trás, Summers reconhece que aquela noite foi apenas um ínfimo momento de euforia. Ainda assim, a foto capturou algo maior: a essência da humanidade em crises. Enquanto uns bebiam com exagero, outros simplesmente se alegravam por estarem de volta à 'vida normal' – o que, para muitos britânicos, sempre incluiu um pôr de sol no bar local.
