Acordo de Bougival lança discussões sobre soberania na Nova Caledônia

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Os comunicados da União Caldeoniana e do Bureau Político do FLNKS (Frente de Libertação Nacional Kanak e Socialista) quebraram o unanimismo que, até então, permeava os comentários elogiosos sobre o chamado 'acordo histórico' de Bougival. Enquanto uns opositores denunciam as condições de negociação fechadas e a forte pressão do Estado, especialmente no aspecto financeiro, outros mantêm-se reservados, remetendo a decisão para seu congresso, que se reunirá em agosto.


Apesar das críticas, o projeto apresentado por Manuel Valls, ministro dos ultramarinhos da França, trouxe a ideia de uma 'soberania compartilhada' com a França. No entanto, o acordo de Bougival abre um cenário bem diferente: inscreve permanentemente o Estado Caldeoniano na Constituição Francesa e trava os caminhos para que as gerações atuais possam alcançar a soberania plena.


A França mantém todas as suas competências, inclusive em matérias estrangeiras, limitando a diplomacia caldeoniana a acordos regionais. A nacionalidade caldeoniana será subsidiária à francesa, e um cidadão da Nova Caledônia não poderá renunciar a uma sem renunciar à outra.


Diante desse quadro, surge a pergunta: o que realmente muda com esse acordo? Enquanto os Loyalistas celebram, os indiciplinados questionam se este é um passo rumo à autodeterminação ou apenas mais um recuo na luta pela independência.

Fernanda Almeida

Fernanda Almeida

Enquanto a França fecha as portas da soberania plena para a Nova Caledônia, o que resta é uma promessa vazia. O acordo de Bougival parece ser mais um capítulo da longa história de recuos e frustrações na luta pela autodeterminação. Talvez seja hora de repensar se a 'soberania compartilhada' é algo mais do que um eufemismo para manter o status quo.

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