Em meio a uma guerra silenciosa de preços, a Amazon e o The Wall Street Journal se confrontam, revelando um jogo complexo de estratégias econômicas e políticas. Recentemente, o jornal publicou uma reportagem que apontava um aumento nos preços de itens essenciais na plataforma da gigante do e-commerce desde que Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos. A Amazon, por sua vez, rebateu duramente as acusações, classificando o trabalho jornalístico como 'fundamentalmente defeituoso'.
A WSJ analisou os preços de 2.500 itens comuns vendidos na Amazon, como chicletes para tosses, lenços antibacterianos e caldo de galinha, e descobriu que esses produtos haviam aumentado em média 5% entre janeiro de 2017 e julho de 2018. Em resposta, a Amazon acusou o jornal de 'selecionar dados de forma tendenciosa' e ignorar outros fatores que influem nos preços, como promoções e encargos tributários.
De acordo com a empresa, alguns itens citados pela WSJ estavam em promoção no mês de janeiro, quando os dados iniciais foram coletados. Por exemplo, uma barra de sabão para o corpo da Dove e uma pacotinho de chá Yogi estavam em oferta nesse período, o que levaria naturalmente a um aumento de preço após o término da promoção. A Amazon insiste que o reajuste foi consequência do fim das ofertas, não de inflação ou taxas alfandegárias.
Além disso, a empresa ressaltou que seu modelo de preços é frequentemente dinâmico, o que leva a variações constantes. Essa natureza fluida dos preços dificulta qualquer análise baseada em um momento específico, conforme destacado pelo jornal. Ainda assim, a necessidade da Amazon de responder publicamente sugere que a empresa está sensível ao tema e tem medo de represálias do governo Trump.
Enquanto isso, consumidores podem notar pequenos aumentos nos preços de itens populares. De acordo com o relatório do Bureau of Labor Statistics de junho, os preços para o consumidor subiram 0,3% no mês ou 2,7% no ano.
Essa disputa entre a Amazon e a WSJ não é apenas sobre números e estatísticas; ela reflete um conflito maior sobre como as empresas lidam com a pressão das tarifas e da inflação. Ao mesmo tempo, está ligada à percepção do público em relação à saúde econômica do país.
