Em um mundo onde as startups de mídia social e apps de namoro parecem ser o único caminho para o sucesso, Daniel Liss prova que às vezes, é preciso ter coragem para se reinventar. Depois de fundar a rede social Dispo e o app de namoro Teaser AI, ele resolveu mergulhar em um negócio bem mais... metalúrgico: aços.
A jornada de Liss começou de forma inusitada, com artigos que escreveu para o TechCrunch sobre a regulação antitruste nas redes sociais. Esses textos chamaram a atenção de algumas pessoas em Washington, D.C., e resultaram em uma convite para participar de um exercício de guerra organizado pela National War College. O cenário? Um combate entre Estados Unidos e China pelo domínio da região do Sudeste Asiático.
Daí surgiu a Nemo Industries, empresa que promete revolucionar a produção de ferro giro usando inteligência artificial para modernizar um setor que, segundo Liss, está literalmente parado no tempo. "Essas plantas são operadas, no melhor dos casos, com planilhas do Excel. No pior, com pastinhas", disse ele.
Apesar de ser uma startup de tecnologia, a Nemo não quer só vender software: planeja construir suas próprias fábricas. A ideia é que empresas que usam IA desde o início têm uma vantagem competitiva de 20% a 30%. "Quando você olha para a história do nosso país, muitas das melhores empresas que trouxeram resultados significativos para seus investidores iniciais estavam nessas categorias", afirmou Liss.
A empresa, no entanto, enfrenta desafios. A construção de uma fábrica não é barata, e a indústria do aço sempre exigiu ambição. "No final do dia, o que os Rockefellers, os Carnegies e os Melons investiram? Montantes enormes", lembrou Liss.
Enquanto isso, no Brasil, onde as startups de tecnologia estão ganhando cada vez mais espaço, é interessante observar como histórias como a de Liss nos lembram da importância das indústrias básicas. Em um país que luta para modernizar sua infraestrutura, talvez seja hora de pensar: será que temos o que levar adiante?