A polêmica dos 'bons genes' e o marketing questionável da American Eagle

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A American Eagle apostou alto com sua nova campanha estrelada pela atriz Sydney Sweeney, mas o resultado foi uma avalanche de críticas que ultrapassaram os limites do esperado. A polêmica surgiu após a empresa utilizar a palavra 'genes' em vez de 'jeans', criando um jogo de palavras que evocou conotações perturbadoras ligadas à eugenia.


Um erro deliberado ou simplesmente ignorância? Segundo Marcus Collins, professor de marketing da Universidade de Michigan, a campanha poderia ter sido evitada se houveram modelos de diferentes raças para ilustrar o trocadilho. 'Isso não é bom, seja qual for a razão', disse Collins.


Megyn Kelly, ex-apresentadora da Fox News, ironizou os críticos no X (antigo Twitter): 'Amo como a meltdown da esquerda sobre o anúncio de Sydney Sweeney resultou em uma linda garota loira e de olhos azuis ganhando 1000 vezes mais exposição por seus 'bons genes''. Enquanto isso, a American Eagle se mantém silenciosa diante das acusações.


Esta não é a primeira vez que uma marca tenta ser ousada e fracassa. Em 2017, a Pepsi teve que retirar um anúncio após ser acusada de trivializar protestos contra o assassinato de George Floyd. Agora, a American Eagle enfrenta um dilema semelhante: como equilibrar ousadia e responsabilidade social?


Para onde estamos indo? A polêmica reflete uma tendência maior na indústria do marketing. Desde a volta de Trump, muitas empresas têm reduzido esforços em diversidade, o que preocupa especialistas como Jazmin Burrell: 'Posso vermos retornando a um mundo onde a diversidade não é mais a norma esperada na publicidade'.


American Eagle já teve iniciativas elogiáveis no passado, como a criação de uma hijab em 2017 e parcerias com atletas como Coco Gauff. No entanto, o anúncio de Sydney Sweeney coloca em questão se a empresa realmente compreende a complexidade da imagem que quer projetar.


Enquanto isso, os mercados se perguntam se todo esse buzz será bom para os negócios. Myles Worthington, CEO da agência WORTHI, observa: 'Eles provavelmente estavam pensando que isso seria seu grande momento. Mas o oposto está acontecendo, distorcendo profundamente sua marca'.


É um lembrete de que, no mundo hiperconectado em que vivemos, uma palavra mal escolhida pode ter consequências duradouras. A American Eagle pode sair deste episódio com lições para compartilhar - se quiser ouvir.

Carlos Souza

Carlos Souza

Enquanto a American Eagle tenta redefinir sua imagem com um toque de ousadia, o mundo do marketing continua a dançar na beira de um precipício. Felizmente para nós, espectadores, os erros alheios sempre fazem um show divertido - e às vezes, trágico.

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