Em plena Curitiba, um fenômeno natural captura a atenção dos cientistas e da população: mais de 10 mil borboletas 'asas-de-vidro', espécie rara, congregam-se no Morro do Anhangava. A descoberta foi feita pelo biólogo Adolf Carl Kruger, colaborador do Museu Botânico Municipal.
Essas borboletas, da espécie Epityches eupompe, são conhecidas por suas asas transparentes com manchas coloridas, que lembram vitrais. O fenômeno é ainda mais surpreendente pois só foi registrado em três outros locais: Piraquara, São Paulo e Santa Catarina.
O biólogo relatou que a aglomeração ocorre anualmente no inverno, especialmente à tarde. Apesar da beleza do fenômeno, ele levanta questões intrigantes sobre a origem das borboletas. Maristela Zamoner, coordenadora de projetos do Jardim Botânico, explica que a ausência de sinais na mata sugere que as borboletas não nascem localmente.
A cientista inicia uma série de pesquisas para desvendar os mistérios das 'asas-de-vidro'. Enquanto isso, o Museu Botânico incentiva a ciência cidadã, convidando a população a contribuir com observações e fotografias na plataforma iNaturalist.
Como um lembrete de que a natureza ainda guarda segredos maravilhosos, mesmo em meio às megacidades brasileiras.