Em um mundo onde as relações internacionais se tornaram cada vez mais voláteis, o Brasil e os Estados Unidos encontram-se em meio a uma disputa comercial que transcende números e cifras. A adoção de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos EUA, Donald Trump, está longe de ser apenas uma medida econômica — ela é diretamente ligada à situação política do seu aliado embaraçado, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Contextualizando a tensão
Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar, viu-se compelido a usar tornozeleira eletrônica e cumprir um toque de recolher, uma imagem que contrasta drasticamente com seu passado de defensor da impunidade. Enquanto isso, o governo brasileiro estima que 35,9% das exportações para os EUA estão afetadas, equivalentes a aproximadamente 4% do total de vendas externas do país.
A reação do Brasil
Em resposta, o Brasil solicitou consultas na Organização Mundial do Comércio (OMC), acusando os EUA de violar princípios fundamentais como o tratamento nacional e os teto de tarifas. A ministra das Relações Exteriores, Tereza Campello, declarou que o país está aberto a negociações, mas ressaltou a necessidade de uma reforma no sistema comercial internacional.
Lula e a diplomacia
Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém seu tom característico de ironia. Em recente declaração, ele afirmou não ver necessidade de ligar Trump para discutir comércio, preferindo, em vez disso, convidá-lo a participar da COP27 em Belém. Essa postura reflete sua visão de que o comércio internacional precisa de um enfoque mais humano e menos voltado para interesses unilaterais.
Para onde estamos indo?
A disputa entre Brasil e EUA é apenas mais uma manifestação da crescente desintegração das regras globais. Num mundo onde até aliados se tornam inimigos, o comércio se transformou em um campo de batalha ideológico. Enquanto isso, países como o Brasil tentam manter seu equilíbrio, navegando entre as tempestades políticas e econômicas.