A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) tomou uma decisão que, para muitos, pareceu ter saído diretamente de um roteiro de série de TV: cancelar o envio de uma emenda parlamentar no valor de R$ 1,5 milhão destinada à Associação Moriá. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Kicis justificou sua atitude como uma medida prudencial diante das denúncias que apontam problemas na entidade.
Curiosamente, não apenas Kicis, mas outros parlamentares também haviam destinado recursos para a ONG. Ao todo, R$ 53 milhões foram repassados, com destaque para os R$ 46 milhões destinados a um projeto... gamer? Sim, você leu bem. Enquanto o país enfrenta desafios sérios, como a saúde e a segurança, ver nosso dinheiro público sendo usado para financiar jogos digitais parece saído de um universo alternativo.
A coluna Grande Angular, do Metrópoles, desvendou que os diretores da entidade seriam figuras ligadas a esquemas, e que a ONG nem sequer funciona no endereço registrado. Os termos de fomento foram assinados com base em informações falsas, o que leva a uma única conclusão: estamos lidando com um time de 'laranjas' profissionais.
Diante desse quadro, Kicis optou por suspender os repasses até que tudo fosse esclarecido. Em seu vídeo, ela declarou: "A proposta, quando chegou pra mim, parecia bastante importante [...] só que diante de chuvas de denúncias que estão havendo de que a entidade, essa Moriá, teria problemas no seu pessoal, então eu achei melhor, uma questão de prudência, de cautela, suspender tudo até investigação final". Palavras sábias, senhora deputada, mas é triste constatar que essas medidas só são tomadas quando as luzes dos holofotes estão acesas.
Para completar o quadro, o Ministério do Esporte suspendeu os pagamentos à Associação Moriá. Parece que a própria administração pública começou a questionar a legitimidade desses repasses. E por falar em dinheiro público, já parou para pensar quanto desse recurso já foi destinado a projetos duvidosos?
AAssociação Moriá, em nota, tentou justificar sua diversidade de projetos afirmando que seu corpo técnico é composto por profissionais especializados. No entanto, a reportagem apurou que a associação não dispõe do quadro descrito. Enquanto isso, os brasileiros se perguntam: será que alguém está fiscalizando com o mesmo zelo que o Grande Angular?