A possível extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP) da Itália surge como um novo desafio para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto Zambelli se esconde na Europa desde junho, tentando evitar a prisão após ser condenada a 10 anos por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Moraes parece estar em uma corrida contra o tempo para trazer de volta os aliados bolsonaristas que fugiram do país.
A fuga de Zambelli não foi um gesto isolado. Ela seguia a tendência de figuras ligadas ao governo Bolsonaro, como seu filho Eduardo, que se mudou para os Estados Unidos. Ambos buscavam escapar das consequências das decisões da Justiça brasileira. No entanto, a rapidez com que Moraes conseguiu sua prisão na Itália — graças a uma nota vermelha da Interpol — sugere que ele está determinado a não repetir os fracassos do passado.
Em 2021, Moraes já havia tentado extraditar o blogueiro Allan dos Santos, mas os Estados Unidos negaram o pedido, alegando que os crimes atribuídos a ele eram de opinião e protegidos pela liberdade de expressão. Da mesma forma, Oswaldo Eustáquio, jornalista bolsonarista, conseguiu se livrar da extradição na Espanha, onde reside desde 2023, com as autoridades locais considerando o pedido motivado politicamente.
Agora, Zambelli enfrenta um dilema semelhante. Enquanto aguarda a decisão de dois tribunais italianos — a Corte de Apelação e a Corte de Cassação —, Moraes insiste em prosseguir com o processo, prometendo que a Advocacia-Geral da União (AGU) acompanhará de perto. Mas será que ele terá mais sorte desta vez?
Enquanto isso, é impossível não notar um padrão: Moraes está enfrentando dificuldades para levar os bolsonaristas de volta ao Brasil, seja por motivos políticos ou legais. E, ironicamente, Zambelli pode se tornar o exemplo mais recente dessa tendência.