A Câmara dos Deputados viveu um momento de tensão política na volta do recesso parlamentar. Hugo Motta, presidente da Casa, enfrentou pressões da bancada bolsonarista que pretendia votar um projeto de anistia favorável a integrantes envolvidos no golpe de 2022-2023. Em meio à confusão, os deputados bolsonaristas ocuparam o plenário com faixas e correntes, resistindo à retomada das sessões.
Motta, que já demonstrou fragilidade no cargo ao ser impedido de declarar reabertos os trabalhos da Câmara, teve que negociar pessoalmente com o Arthur Lira, aliado estratégico. Em um clima de confrontação, Motta foi obrigado a prometer medidas que incluíam a suspensão do mandato de parlamentares rebeldes caso não liberassem o plenário.
No ápice da crise, Motta teve que transitar pelo mar de bolsonaristas que ocupavam a Mesa Directiva. Em um discurso tentando restabelecer a ordem, ele destacou a necessidade de preservar a respeitabilidade da Casa e o diálogo, mas evitou definir datas concretas para a próxima sessão.
Essa sequência de eventos revela uma Câmara fragilizada, onde os interesses políticos pessoais e partidários ameaçam a normalidade democrática. Motta, apesar de tentar manter postura firme, demonstrou ser vítima das circunstâncias, poupando-se de decisões mais duras.