Em uma das regiões mais remotas do mundo, no Vale do Rio de las Chinas, na Patagônia chilena, os pesquisadores deram um passo atrás no tempo. Eles encontraram o rastro de um dos seres mais intrigantes que já habitaram nosso planeta: um mamífero minúsculo, com idade geológica de 74 milhões de anos.
Este fóssil pertence aoYeutherium pressor, uma criatura do tamanho de um rato e peso entre 30 e 40 gramas. Vivia em uma época marcada pelo domínio dos dinossauros, durante o Período Cretáceo Superior. Apesar da sua pequenez, este mamífero teve uma jornada notável, que hoje é revelada para o mundo.
A descoberta foi realizada por uma equipe de cientistas da Universidade do Chile e do Centro de Pesquisa Núcleo do Milênio. Seu trabalho foi publicado na prestigiada revista científicaProceedings of the Royal Society B.,em 6 de agosto.
Este é o menor mamífero já descoberto nesta região da América do Sul. O fóssil consiste em uma pequena peça de mandíbula, com um molar intacto e as raízes de outros dois molares. Através destas pistas, os cientistas puderam desvendar parte da história deste animal fascinante.
Apesar de sua semelhança superficial com os roedores modernos, oYeutherium pressorera um mamífero peculiar. Provavelmente, como os ornitorrincos atuais, ele colocava ovos. Ou, talvez, como os gambás, carregasse seus filhotes em uma bolsa.
Sua dieta baseada em vegetais relativamente duros sugere que este mamífero era um especialista em se alimentar de plantas resistentes. E, assim como milhões de outros seres, foi extinto há aproximadamente 66 milhões de anos, vítima do impacto de um asteroide que mudou a história da Terra.
Esta descoberta não apenas nos lembra da diversidade de vida que existiu no planeta, mas também nos convida a refletir sobre como é possível que seres tão pequenos e delicados coexistissem com os gigantes répteis que dominavam o mundo.
