A era dos wearables invade a saúde com um dispositivo que promete revolucionar a forma como nós olhamos para a glicemia. Pequeno, discreto e conectado, o monitor contínuo de glicemia (CGM) surge não apenas como uma ferramenta essencial para diabeticos, mas também como um acessório desejado por quem busca entender melhor seu corpo.
Recentemente, figuras públicas como Casey Means, indicada para o cargo de cirurgião-geral dos Estados Unidos, ajudaram a impulsionar a popularidade destes dispositivos. Segundo Robert F. Kennedy Jr., secretário de Saúde dos EUA, os CGMs permitem que as pessoas assumam mais responsabilidade sobre sua saúde, promovendo decisões conscientes sobre dieta e atividade física.
Apesar das promessas, experts alertam para o risco de abusar destas tecnologias. Dr. Jody Dushay, especialista em doenças endócrinas, ressalta que os CGMs não são infalíveis e podem levar a interpretações erradas dos níveis de glicemia, especialmente entre pessoas saudáveis. "Podemos acabar criando problemas onde não havia nenhum", avisa Dushay.
No Brasil, a adoção destes dispositivos ainda é incipiente, mas a curiosidade sobre como alimentos e atividades afetam o corpo está em alta. Apps como o Noom já incluíram recursos de monitoração de glicemia, ampliando seu apelo para usuários que buscam compreender melhor suas hábitos.
Enquanto isso, os especialistas se perguntam: será que estamos investindo tempo e dinheiro em algo que promete mais do que entrega? "A saúde é complexa demais para ser reduzida a um número na tela", reflete Dr. David Kessler, ex-diretor da FDA.
