Em um dia marcado por resultados negativos para os mercados brasileiros, o dólar fechou em alta de 0,19%, cotado a R$ 5,60, enquanto o Ibovespa registrou queda de 0,69%, aos 133.071 pontos. Para entender o que está acontecendo, é preciso olhar para os fatores que influenciaram esses movimentos.
A ressaca do tarifaço
Na véspera, o Brasil havia anunciado um pacote de taxações em resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos, o chamado 'tarifaço'. Essas medidas, segundo especialistas, estão causando incerteza no mercado. Josias Bento, da GT Capital, destaca que as tensões diplomáticas entre os dois países, especialmente após a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, estão gerando insegurança jurídica.
A volta de Lula na aprovação
Outro ponto destacado é o aumento da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que superou a desaprovação pela primeira vez desde 2024. Para Bruno Shahini, da Nomad, essa recuperação da popularidade de Lula não agrada ao mercado, já que o ambiente político se torna mais complexo.
Os mercados em baixa
No cenário interno, a tensão política decorrente das sanções americanas e a percepção de risco institucional têm gerado cautela entre os investidores. Rafael Passos, da Ajax Capital, ressalta que o último dia do mês também influenciou os movimentos, com empresas tentando ajustar o preço do dólar para seu favor.
Impacto das commodities
Na Bolsa, a queda dos preços de commodities no mercado internacional também teve seu peso. O petróleo Brent fechou em baixa de 0,96%, e o WTI recuou 1,06%. As ações da Petrobras, com forte peso no Ibovespa, registraram queda de 1,07%.
Balanços empresariais
Outro fator foi a divulgação de balanços. A Ambev, por exemplo, viu suas vendas caírem 8,9% no segundo trimestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Isso fez com que as ações da empresa recuassem 5,32%.
O mercado de trabalho
Enquanto isso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados positivos sobre o emprego. A taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,8% no segundo trimestre de 2025, o menor patamar desde 2012.