Em um momento histórico, o relógio do Apocalipse, que mede a proximidade da humanidade com a aniquilação, está marcando apenas 89 segundos para meia-noite — o mais próximo já registrado. A ameaça nuclear, aliada a conflitos globais e à disseminação de informações falsas, está tensionando os sistemas de segurança internacionais.
Os especialistas do Bulletin of the Atomic Scientists apontam que o risco atômico é maior do que se imagina. Enquanto a Rússia e a Ucrânia se enfrentam, a Índia e o Paquistão tensionam, e os EUA e Israel atacam instalações nucleares iranianas, o mundo vive em um estado de constante alerta. O surgimento de novas potências nucleares, como a China e Coreia do Norte, e o enriquecimento de urânio por países como Irã e Índia-Paquistão complicam ainda mais a situação.
A inteligência artificial (IA) e as fake news estão tornando esse cenário ainda mais perigoso. Imagine desinformação sobre um ataque nuclear sendo amplificada nas redes, ou sistemas de IA interferindo em decisões militares. Esse tipo de interferência pode levar líderes a tomarem decisões drásticas baseadas em informações falsas ou incompletas.
Enquanto isso, o mundo assiste a uma nova era nuclear se formar. Diferentemente da Guerra Fria, que envolvia apenas EUA e URSS, hoje há multipolaridade no arsenal nuclear. Isso torna mais difícil a comunicação entre países e aumenta a probabilidade de conflitos nucleares menores, mas ainda devastadores.
Cientistas se reúnem em Chicago para discutir a prevenção de uma guerra nuclear, exatamente 80 anos após o teste da primeira arma atômica. Eles alertam sobre a necessidade de transparência nas conversas sobre IA e consequências militares. Mas, com a competição em ciência e relações internacionais取代 cooperação, o futuro parece cada vez mais incerto.