Em meio a um escândalo envolvendo milhões de reais e acusações de irregularidades, o deputado federal Fred Linhares (Republicanos-DF) pediu ao ministro do Esporte, André Fufuca, a suspensão do pagamento de R$ 37,9 milhões destinados à Associação Moriá para um projeto gamer em Brasília. A decisão foi tomada após reportagens do Metrópoles revelarem que os diretores da entidade são laranjas e que a ONG não funciona no endereço oficialmente registrado.
O dinheiro público destinado a um projeto de jogos eletrônicos, como League of Legends (LoL) e Free Fire, sempre parece ter algo de suspeito. E dessa vez não foi diferente. AAssociação Moriá, que afirma ter atendido 3,5 milhões de pessoas em uma cidade com apenas 398 mil habitantes, está no centro de um novo escândalo envolvendo desvio de recursos.
Os R$ 27,6 milhões, enviados pelo próprio Linhares, faziam parte de uma emenda de bancada do Distrito Federal que tinha como objetivo financiar a iniciativa. No entanto, as denúncias feitas pelo Metrópoles mostraram que a associação não apenas não funciona no local declarado, mas também que os termos de fomento foram assinados com base em informações falsas.
A Secretaria de Educação do DF já havia negado qualquer parceria, afirmando que a proposta da ONG não tinha justificativa técnica ou pedagógica para ser aceita. No entanto, aAssociação Moriá insistiu em incluir a pasta como parceira, prometendo ajustar seu plano de trabalho "sem prejuízo à execução do projeto".
Enquanto isso, o Ministério do Esporte suspendeu os pagamentos e pediu investigação. Flávio Dino, ministro do STF, cobrou esclarecimentos da Advocacia-Geral da União (AGU) e do Congresso Nacional. A coluna Grande Angular do Metrópoles continha detalhes impressionantes sobre a fraude, incluindo o fato de que os R$ 53 milhões enviados à entidade entre 2023 e 2024 foram usados principalmente para financiar um projeto que nunca teve sequer um espaço físico adequado.
É impressionante como, em pleno século XXI, o dinheiro público brasileiro ainda é usado de forma tão descarada. Enquanto milhões são desviados para projetos duvidosos, a população sofre com a falta de serviços básicos. E quem paga a conta? Nós, claro.