Em meio à crise diplomática causada pelas tarifas impostas por Trump, governadores brasileiros são convidados a participar de entrevistas sobre o tema. No entanto, suas respostas costumam ser evasivas, fugindo do cerne da questão. Enquanto os jornalistas insistem em saber como o Brasil deve agir sem diálogo com os Estados Unidos, os entrevistados se concentram na taxa de 50% aplicada inicialmente e na retirada posterior de alguns itens da lista de exportações.
Os governadores, muitos dos quais buscam se candidatar nas próximas eleições, medem suas palavras. Eles sabem que qualquer menção ao nome de Bolsonaro ou à carta enviada por Trump a Lula pode prejudicá-los politicamente. Na mensagem pública, Trump acusou o governo brasileiro de tratar injustamente Bolsonaro, descrevendo isso como uma vergonha internacional.
Além disso, os governadores evitam abordar a atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Se criticarem suas ações, podem perder o apoio de Bolsonaro; se concordarem, serão rotulados como "traidores da pátria". Assim, suas respostas costumam ser vagas e insatisfatórias, o que começa a irritar os eleitores que buscam clareza efirmeza em suas explicações.
Enquanto isso, Lula continua a ser mencionado como um dos principais responsáveis por essa situação diplomática. Sua crítica constante ao presidente americano, desde a campanha eleitoral de 2024 até após as eleições, é lembrada. Em um momento marcante, Lula descreveu o ambiente político nos Estados Unidos como "fascismo e nazismo voltando a funcionar com outra cara", referindo-se à administração Trump.
A situação atual reflete não apenas os desafios da diplomacia internacional, mas também a complexidade do jogo político interno. Governadores e candidatos precisam equilibrar apoios, evitar confrontos e manter uma imagem de neutralidade, mesmo que isso signifique fugir das discussões mais urgentes.