O caso de Alexandro Broedel, ex-diretor financeiro do Itaú, ganha contornos cada vez mais_complexos e intrigantes. Em uma ação judicial que mexe com os fundamentos da banca brasileira, Broedel está cobrando R$ 15,4 milhões do banco, acusado de fraudes e conflitos de interesse. A disputa, que envolve um reputado professor da USP e alegações de pressão sobre familiares, promete virar as páginas da história recente das finanças no país.
A defesa de Broedel argumenta que o Itaú moveu a ação motivada por despeito e retaliação. O ex-executivo afirma que seu plano de saída para se tornar diretor global de contabilidade no Santander foi interrompido após um suposto escândalo. No lugar, assumiu o português Manuel Preto, em circunstâncias que não deixam margem para a dúvida: Broedel saiu, e o Itaú quer respostas.
Entre os pontos centrais da disputa está a relação de Broedel com Eliseu Martins, professor da USP e contabilista renomado. A dupla mantinha uma sociedade na empresa Broedel Consultores, cujos serviços eram contratados pelo próprio Itaú. Enquanto o banco alega que desconhecia essa ligação, Broedel insiste que a relação era benéfica para o Itaú, ajudando a reduzir os tributos pagos.
Broedel acusa o Itaú de ter quebrado seu sigilo bancário e de pressionar Martins e seus filhos em um esforço para forçar um acordo. Enquanto isso, o banco reitera que sua atuação é baseada em fatos comprovados e que sua ética não tolera desvios de conduta. A disputa, no entanto, revela uma face pouco conhecida das finanças: a política interna dos grandes bancos, onde o conflito de interesse pode ser encarado como um 'predicado' que gera resultados.
Para Broedel, o Itaú se recusa a pagar bônus referentes a períodos trabalhados e exige a devolução de valores consideráveis. O banco, por outro lado, defende-se com rigidez, reforçando sua postura ética e os processos de compliance. A questão transcende o dinheiro: é uma disputa sobre confiança, ética e a maneira como as instituições tratam seus executivos.