Em meio a uma trama de violência e impunidade, o ex-jogador de basquete Igor Cabral volta a ser notícia, mas dessa vez como vítima de abusos dentro do sistema carcerário. Enquanto se investiga a denúncia de que teria sido agredido por policiais penais, o acusado de tentativa de feminicídio permanece no centro das atenções. Um caso que traz à tona questions sobre justiça e segurança na prisão.
Para quem não sabe, Igor Cabral entrou para a história – ou melhor, para os noticiários – após desferir mais de 60 socos na namorada dentro de um elevador. As imagens das câmeras de segurança, que registram o horror daquele momento, são suficientes para congelar qualquer um. Ela, ferida gravemente, teve que ser hospitalizada e passou mais de sete horas em cirurgia. Ele, por outro lado, foi preso em flagrante, mas agora acusa os próprios policiais penais de terem cometido abusos contra ele.
Em um giro de ironia, o ex-jogador, que arrancou gritos de terror da vítima, agora é tratado com 'providências imediatas' pela Secretaria da Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte. Cabral será levado à Delegacia de Plantão para registrar a ocorrência e passará por um exame de corpo de delito. Enquanto isso, a defesa dele já havia solicitado isolamento na prisão, temendo mais violências.
Este caso não é apenas sobre Igor Cabral ou sua namorada. É sobre como a sociedade brasileira lida com a violência. Desde as câmeras de segurança que filmaram o horror no elevador até os 'procedimentos' da Seap, tudo parece indicar que estamos presos em um loop: a violência gera violência, e o sistema tenta apagar incêndios, mas não resolve o problema.
Enquanto isso, as cicatrizes – físicas e emocionais – das vítimas ficam para sempre. E Igor Cabral, que virou um símbolo de crueldade, continua a ser observado, agora como vítima de abusos. É triste ver como o país parece se especializar em transformar o drama humano em notícia sensacionalista.