A arborização urbana no Distrito Federal sempre foi um tema polêmico, mas recentemente ganhou ainda mais destaque. O governador Ibaneis Rocha (MDB) vetou um projeto de lei complementar que pretendia estabelecer uma política distrital de plantio de árvores, alegando que o assunto é de competência exclusiva da União. No entanto, o debate vai muito além das questões legais e reflete uma discussão mais ampla sobre justiça ambiental e desigualdade urbana.
Uma política de arborização que cobre todas as regiões do DF é essencial para garantir qualidade de vida e equidade. Enquanto áreas nobres como o Plano Piloto recebem mais de 7.800 árvores, bairros periféricos como Santa Maria e Samambaia contam com apenas algumas mudas no mesmo período. Essa disparidade não é apenas um problema ambiental; é também uma questão social.
O projeto vetado pelo governador incluía incentivos fiscais para quem contribuir com a arborização, além de estabelecer metas claras, como 15 metros quadrados de área verde por habitante. No entanto, Ibaneis argumentou que o DF não pode legislar sobre isso e que a norma carecia de uma avaliação orçamentária.
É importante lembrar que governos anteriores já tiveram programas de plantio de árvores, mas muitos fracassaram por falta de planejamento e execução. O projeto rejeitado buscava justamente sanar essas falhas, promovendo um planejamento mais equilibrado e transparente.
A discussão sobre arborização urbana no DF não deve ser encerrada com o veto. Pelo contrário, é necessário ampliar o debate e pressionar por políticas que garantam a proteção ambiental e a inclusão social. Afinal, árvores não são apenas recursos naturais; elas representam vida, saúde e bem-estar para todos.