Recentemente, o anúncio de um acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia ressaltou o debate sobre o impacto das tarifas elevadas sobre as perspectivas econômicas globais. Enquanto economistas prevêm consequências negativas para os EUA e seus parceiros comerciais, os indicadores econômicos surpreendem com sua resiliência.
Apesar das projeções de crescimento mundial serem revisadas para baixo no início do ano, o FMI elevou recentemente suas previsões para 3%, reconhecendo a força da economia global diante dos choques comerciais. No entanto, a alta parcial dos preços reflete apenas parte do aumento de custos causado pelas tarifas.
Atualmente, a inflação nos Estados Unidos está em 2,7%, um aumento em relação aos meses anteriores, mas ainda abaixo dos 3% iniciais. Essa contenção de preços é atribuída à absorção parcial do custo adicional pelas margens de exportadores e importadores, além da venda de produtos importados antes da alta das tarifas.
Apesar desse cenário aparentemente otimista, a queda na confiança dos consumidores americanos desde janeiro e sua parcial recuperação em maio indicam incertezas. É cedo para avaliar plenamente os efeitos das tarifas no curto e médio prazo.
Enquanto isso, as incertezas geradas pelo aumento das tarifas afetam investimentos e a atividade econômica nos próximos meses. A pergunta que não quer calar é: essas barreiras comerciais são tão inocentes quanto parece?