Recentemente, o Japão vive uma crise política inédita. A derrota do Partido Liberal-Democrático (PLD) nas eleições senatoriais de 20 de julho abriu um precedente preocupante. Apesar das declarações públicas do Primeiro-Ministro, Shigeru Ishiba, afirmando que não renunciará para evitar instabilidades políticas, a fragilidade do PLD é inegável.
A democracia japonesa, historicamente estável e admirada internacionalmente, pode estar enfrentando mudanças profundas. Semelhantes aos Estados Unidos e à Europa, o país experimenta uma crise de confiança nas instituições, o surgimento de movimentos populistas de direita e um aumento significativo na desinformação. O PLD, que esteve no poder desde 1955, com exceção de curtos períodos, parece estar profundamente abalado.
A heterogeneidade do partido sempre foi sua força, mas hoje se torna um problema. Composta por correntes liberais, conservadoras e nacionalistas, a legenda sempre conseguiu unir essas facções para manter o domínio político. No entanto, com escândalos recentes, como as 'caixas negras' em 2023, e uma população cada vez mais descontente, especialmente jovens precários e mulheres solteiras, o PLD perde apoio em suas bases tradicionais.
Emerge então o Sanseito, um pequeno partido de direita, populista e xenófobo, que surpreendeu连界 obtendo 15 assentos no Senado. Sua retórica anti-imigração e contra o 'mondialismo totalitário' conquistou eleitores descontentes com as grandes legendas. Phráse do tipo "Os Japoneses Primeiro" ecoa um discurso que anteriormente circulava apenas nas redes sociais.
Enquanto isso, os problemas geostrategy persistem. A ambição da China, a ameaça coreana e as exigências dos Estados Unidos em matéria de trade e defesa colocam pressão sobre o governo. No entanto, a abordagem de Ishiba parece ser apenas defensiva, sem soluções definitivas.
