Israel convocou seus negociadores que estavam nas conversas indiretas no Catar para analisar a resposta do Hamas à proposta de tregua de 60 dias. As negociações, mantidas há mais de duas semanas, pretendem libertar dez reféns israelenses em troca de um número indeterminado de palestinos detidos. Enquanto isso, a Faixa de Gaza enfrenta uma grave crise humanitária, com relatos de 'fome maciça' após quase dois anos de conflito.
Organizações internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Médicos Sem Fronteiras denunciam que grande parte da população de Gaza sofre de fome. Na semana passada, um hospital relatou que 21 crianças morreram de desnutrição nas últimas 72 horas. Enquanto isso, o governo israelense afirma que a escassez é culpa do Hamas, negando as acusações.
Israel impôs um bloqueio total à Gaza em outubro de 2023 e, embora tenha aliviado parcialmente o cerco no final de maio, a situação continua dramática. Os dois milhões de habitantes enfrentam dificuldades para acessar alimentos, medicamentos e combustível. 'As crianças caem ao caminhar por falta de comida', declarou Salma Al Qadumi, cinegrafista da AFP.
Enquanto isso, os bombardeios continuam, com a Defesa Civil de Gaza relatando pelo menos 40 mortos, incluindo crianças e pessoas que aguardavam ajuda. Em Khan Yunis, Um al Abd Nasar implorou ao Hamas para concordar com uma trégua após perder seu filho em um bombardeio.
A situação em Gaza se tornou símbolo da crueldade humana e das complexidades políticas envolvidas. Enquanto os negociadores tentam encontrar uma saída, a população sofre as consequências de um conflito que parece não ter fim.