Segundo relatos das publicações The Guardian, +972 Magazine e Local Call, o Israel teria estado armazenando milhões de ligações feitas por palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia desde 2022. A ação, descrita como um esforço de vigilância em larga escala, envolveria o transporte dessas gravações para servidores Azure da Microsoft.
Fontes dentro da Unit 8200, a agência de vigilância militar israelense, afirmam que essas gravações ajudaram na preparação de ataques aéreos letais e na formulação de operações militares na região. A Microsoft teria concedido uma área segregada no Azure para Israel, permitindo que milhões de conversas diariamente fossem armazenadas sem o conhecimento ou consentimento dos palestinos.
Recentemente, um empregado interrompeu Satya Nadella, CEO da Microsoft, durante uma apresentação, pedindo que mostrasse como os "crimes de guerra" na Faixa de Gaza são "mantidos por Azure." Em resposta, a empresa contratou uma revisão externa que declarou não encontrar evidências de que Azure ou suas ferramentas de IA fossem usadas para "alvos ou danificar pessoas" no território.
Contudo, fontes indicam que os dados coletados foram usados para identificar alvos de bombardeios. Até o momento, mais de 60.000 pessoas foram assassinadas na região, incluindo mais de 18.000 crianças. Enquanto isso, a Microsoft afirma não ter informações sobre os tipos de dados armazenados por Israel em seus servidores.
Este caso não é isolado: empresas como o Google também são acusadas de auxiliar Israel naquilo que muitos consideram um "genocídio" na Faixa de Gaza. Enquanto o mundo assiste, a tecnologia se torna cada vez mais um instrumento de poder e controle em conflitos internacionais.
