O jogo dos milhões: como aAssociação Moriá e o empresário Alejandro Parrilla se envolveram em umescândalo de desvio de recursos públicos

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A Operação Korban, deflagrada recentemente pela Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), desvendou umintricado esquema de desvio de recursos públicos envolvendo a Associação Moriá e o empresário Alejandro Ruben Parrilla. AONG, que recebia verbas para realizar projetos sociais, incluindo umambicioso programa de gaming para crianças, está acusada de ter direcionado milhões de reais para empresas ligadas ao seu fundador.


Os números impressionam

A Associação Moriá recebeu nada menos que R$ 53 milhões ememendas parlamentares entre 2023 e 2024. Do total, R$ 46 milhões estavam destinados a umprojeto que ensinaria crianças a jogar games como LoL e Free Fire. No entanto, apenasR$ 8 milhões foram efetivamente pagos à entidade, o que levanta疑问sobre o destino do restante dos recursos.


Uma sede fantasiosa

A reportagem revelou que aAssociação Moriá não funcionava no endereço registrado em documentos oficiais. Em vez disso, suas atividades eram desenvolvidas no Centro de Eventos Millennium Convention Center, um local ligado ao empresário Alejandro Parrilla. A sede oficial, localizada no Setor de Rádio e TV Norte, pertence a umfamiliar do mesmo.


Subcontratações suspeitas

A empresa Millennium Eventos, contratada pela Associação Moriá para fornecer equipamentos, ambulância, água mineral e kits de alimentação, recebeu R$ 1 milhão dos recursos públicos. Outra empresa, a LG Promoções e Eventos, ligada ao mesmo empresário, assinou contrato por R$ 3,2 milhões para locação de itens como mesas, computadores, joysticks e cadeiras giratórias.


Uma班子 inusitada

AAssociação Moriá é chefiada por uma equipe pouco usual: um ex-cabo do Exército, ummotorista e uma esteticista. Estes são considerados 'laranjas' na operação, ou seja, figurões usados para dar aparência de legitimidade à entidade.


Projetos mirabolantes

AONG apresentou umprojeto técnico pedagógico ao Ministério do Esporte que incluía a criação de 29 salas gamers em espaços cedidos pela Secretaria de Educação. No entanto, a pasta negou ter aprovado qualquer proposta da entidade.


As consequências

A auditoria realizada pela CGU identificou irregularidades na execução dos convênios que podem ter causado umprejuízo de R$ 13,2 milhões aos cofres públicos. As investigações apontam para possíveis subcontratações indevidas e empresas de fachada.

Camila Fernandes

Camila Fernandes

Quando o dinheiro público é usado para financiar eventos que parecem mais com extravagâncias do que com projetos sociais, a linha entre o que é justo e injusto fica cada vez mais tênue. AAssociação Moriá serve como umlembrete doloroso de que, mesmo em tempos modernos, os recursos públicos precisam ser vigiados com lupa. Resta saber se as autoridades responsáveis farão a lição de casa adequadamente.

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