A Rússia está recorrendo a um método de guerra cada vez mais perturbador: o uso de adolescentes na fabricação de drones kamikaze, uma estratégia que combina tecnologia e inocência para atingir objetivos bélicos contra a Ucrânia. Em recente documentário exibido pela TV do Exército russo, centenas de drones Geran-2, adaptados a partir de designs iranianos, foram mostrados em uma fábrica no oeste do país. Esses dispositivos, capazes de atingir alvos a mais de 1.500 km de distância, têm sido empregados para ataques contra cidades como Kiev, causando mortes entre civis.
Uma geração moldada pela guerra
A fábrica, que opera com a bênção do governo russo, convida jovens de 14 e 15 anos para estudar em uma instituição ligada à empresa. No local, esses adolescentes aprendem sobre a fabricação de drones, tornando-se parte integrante da cadeia produtiva. Os rostos dos jovens foram desfocados no documentário, um gesto que parece querer protegê-los da visibilidade pública, mas não disfarça o impacto profundo que essa experiência terá em suas vidas.
Timur Shagivaleyev, diretor-geral da fábrica, afirmou que a produção visa alcançar "vários milhares de drones Geran-2" e que a fabricação já foi ampliada. Enquanto isso, o governo russo promove concursos nacionais para recrutar jovens talentosos em tecnologia, transformando-os em mão-de-obra especializada para a indústria bélica.
Uma visão brasileira do tema
Essa prática lembra aqueles filmes de ficção que retratam crianças soldados, mas aqui estamos falando de um cenário real e assustador. No Brasil, onde a educação é frequentemente desvalorizada e a juventude enfrenta desafios semelhantes àqueles dos adolescentes russos, é perturbador pensar como nossos jovens seriam manipulados em uma situação similar. A guerra moderna não apenas destrói terras; ela também corrompe mentes, transformando inocência em instrumento de morte.
Enquanto escrevo isso, não posso evitar de pensar: quantos desses adolescentes russos dormem tranquilamente à noite? Quantos entendem o significado do que estão fazendo? E, ainda mais perturbador: quantos outros países, incluindo o Brasil, permitirão que suas crianças sejam usadas de forma semelhante em conflitos futuros?