A nostalgia é uma força poderosa. Ela pode transportar-nos para um mundo de lembranças, sentimentos e fantasias que já não existem mais. E foi exatamente isso que a Marvel fez com Os Quatro Fantásticos: Primeiros Passos. Com todo o seu charme retro-futurista, o filme nos leva para os anos 1960, um universo onde os carros voam, os robôs são pequenos e os super-heróis ainda não haviam conquistado o mundo. Mas será que isso é suficiente para salvar a franquia?
Para muitos, a experiência de assistir a Os Quatro Fantásticos pode lembrar os clássicos da TV dos anos 1960, como The Jetsons ou Lost in Space. E é exatamente esse tipo de nostalgia que o filme explora. Com um visual que beira a cartunização, os heróis são apresentados em um universo onde a ciência ainda é fascinante e a tecnologia é promissora. O problema é que, apesar de todo esse charme, o filme não consegue engajar o espectador de forma profunda.
Os atores, especialmente Pedro Pascal como Reed Richards e Ebon Moss-Bachrach como Ben Grimm, conseguem dar vida aos personagens com credibilidade. Eles são o ponto alto do filme, transformando situações que poderiam ser risíveis em algo crível e encharcado de emoção. No entanto, a falta de tensão e suspense é evidente. O roteiro parece ter sido escrito com a ideia de que o espectador virá para se divertir, não para pensar ou se impressionar.
É interessante notar como a Marvel consegue mesclar elementos retrôgrafistas com a sua fórmula já conhecida. Os uniformes azuis com botas brancas dos anos 1960 contrastam diretamente com os efeitos visuais modernos, criando um universo que parece ter saído de um gibi antigo. No entanto, esse equilíbrio não é suficiente para salvar o filme de ser apenas mais uma produção da máquina de Hollywood.
Enquanto isso, os fãs da Marvel já sabem o que esperar: os heróis voltarão em mais filmes, e nenhuma morte será definitiva. É a promessa do universo cinematográfico da Marvel, onde tudo é planejado para durar. Mas enquanto isso, Os Quatro Fantásticos parecem estar apenas fazendo um aquecimento, apresentando personagens que eventualmente se integrarão à saga maior dos Vingadores.
Em seu comentário final, o produtor Kevin Feige descreveu o filme como algo "sem necessidade de lição de casa", e ele estava certo. O espectador não precisa buscar explicações complexas ou mergulhar em timelines complicados. Basta relaxar e aproveitar a viagem nostálgica. Mas será que essa viagem vale a pena? Depende do quanto você gosta de um parque de diversões espacial.
