Imagine a seguinte situação: você toma um remédio e sente alívio imediato, enquanto seu amigo, com o mesmo diagnóstico, não obtém nenhum resultado após dias. Isso já aconteceu com muitas pessoas, e a razão está bem mais próxima do que você imagina.
A resposta ao tratamento varia de pessoa para pessoa, e isso não é uma coincidência. De fato, vários fatores influenciam na eficácia dos medicamentos em nosso corpo.
Primeiro, o peso da pessoa desempenha um papel crucial. Uma pessoa com excesso de peso pode absorver os remédios mais lentamente, especialmente se tiver inflamação no intestino ou estiver desidratada. Por outro lado, alguém hidratado e com um intestino saudável tende a responder melhor e mais rapidamente.
A via de administração do medicamento também interfere no tempo de ação. Um analgésico aplicado diretamente na veia começa a funcionar quase imediatamente, enquanto o mesmo remédio ingerido por oral pode demorar até uma hora para surtir efeito.
Outro fator importante é a idade. Crianças têm maior proporção de água no corpo, o que altera a distribuição de medicamentos hidrossolúveis. Idosos, por outro lado, costumam ter um metabolismo mais lento e menor capacidade de eliminação dos fármacos, exigindo ajustes nas doses.
Além disso, a genética também desempenha um papel. Algumas pessoas têm predisposição genética para responder melhor ou pior a determinadas substâncias. Isso explica por que crianças com necessidades especiais muitas vezes requerem abordagens medicamentosas diferentes.
Os hormônios femininos também podem influenciar na resposta ao tratamento. Variações no ciclo menstrual podem alterar a digestão, absorção e excreção de substâncias.
A dieteta é outro fator que não pode ser ignorado. Dietas ricas em produtos industrializados e inflamatórios prejudicam a flora intestinal, comprometendo a absorção de remédios. Por outro lado, uma dieta equilibrada, com arroz, feijão, legumes e verduras, melhora a saúde intestinal e favorece a resposta aos tratamentos.
O uso de álcool, cigarro e drogas ilícitas também interfere na eficácia dos remédios. O álcool, por exemplo, pode tanto retardar quanto acelerar o metabolismo, dependendo da frequência e quantidade de consumo. Além disso, ele potencializa o efeito sedativo de medicamentos como antialérgicos e ansiolíticos.
Tomar dois ou mais medicamentos ao mesmo tempo pode prejudicar a eficácia do tratamento, já que alguns remédios competem entre si e podem anular o efeito um do outro ou até causar reações adversas.
Por fim, o estado emocional e as crenças pessoais também influenciam na resposta ao tratamento. O chamado "efeito placebo" é real e tem um papel importante em casos como doenças neurológicas, dor crônica e transtornos psiquiátricos.
Todos esses fatores reforçam a necessidade de uma abordagem médica personalizada, levando em consideração o perfil genético, hábitos, idade, peso, doenças prévias e uso simultâneo de medicamentos.