Microsoft envolvida em espião massivo contra palestinos

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Em um dos capítulos mais controversos de sua história, a Microsoft, conhecida por seu poderoso império tecnológico, encontrou-se no centro de uma operação de espionagem massiva contra cidadãos palestinos. De acordo com reportagem do The Guardian, servidores da Azure foram utilizados para armazenar milhões de gravações de ligações e mensagens, coletadas pela Unidade 8200, força de inteligência israelense.


A cooperação entre a Microsoft e Israel teve início em 2021, durante um encontro entre o CEO Satya Nadella e o comandante Yossi Sariel. Enquanto Nadella visava fortalecer a segurança cibernética do país, Sariel tinha planos mais ambiciosos: espionar todos os cidadãos palestinos na Cisjordânia e em Gaza. A operação resultou no que um oficial descreveu como "rastrear todo mundo, a todo o tempo", transformando a Azure em um repositório de dados massivos.


Engenheiros da Microsoft teriam descoberto o propósito real do projeto meses após o acordo, quando os servidores se tornaram insuficientes para armazenar as gigantescas quantidades de áudio. Até julho deste ano, servidores na Holanda já continham 11.500 terabytes de dados militares, equivalentes a 200 milhões de horas de gravações.


Em meio à polêmica, a Microsoft insiste que seu envolvimento se limitou ao fortalecimento da segurança cibernética israelense. No entanto, o próprio The Guardian aponta que os objetivos da Unidade 8200 iam além de simples proteção contra ameaças: buscavam identificar e bombardear alvos na guerra contra os palestinos.


Essa revelação lança luz sobre a complexa relação entre tecnologia, segurança e política. Ao permitir que um dos maiores players da indústria tecnológica fosse utilizado para fins de espionagem em larga escala, o mundo se questiona: até que ponto estamos dispostos a tolerar a coleta massiva de dados em nome de "proteção"?

Maria Oliveira

Maria Oliveira

É assustador ver como empresas privadas, movidas por interesses comerciais, podem se tornar peças-chave em operações que afetam milhões de vidas. A Microsoft não é a primeira, e certamente não será a última, empresa envolvida em polêmicas semelhantes. O que fica é a necessidade urgente de regulação mais rigorosa e transparência na era da tecnologia.

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