Imagine um monstro dorminhoco escondido abaixo do solo, acumulando tensão por milênios e agora pode estar prestes a se mover. Esse é o caso da falha tectônica de Tintina, no Yukon, Canadá, que permaneceu quieta há pelo menos 12.000 anos, mas estudos recentes indicam que ela pode ser capaz de gerar terremotos de magnitude 7.5 ou maior.
Os pesquisadores descobriram que a falha, com mais de 620 milhas (1.000 km) de comprimento, estende-se desde o nordeste da Colúmbia Britânica até o Alasca e está atualmente acumulando uma tremenda quantidade de tensão tectônica. Enquanto isso, a população local - especialmente as pequenas comunidades na região remota do Yukon - pode enfrentar um risco significativo se esse monstro dorminhoco decidir acordar.
"Muitas das nossas descobertas sobre a Terra nos lembram quão pouco sabemos sobre o planeta em que vivemos", pondera Theron Finley, geocientista responsável pelo estudo. "Aqui está um exemplo de como uma falha antiga pode continuar ativa e acumular tensão ao longo do tempo."
Para chegar a essas conclusões, os cientistas usaram dados de satélite de alta resolução e imagens LIDAR para mapear o terreno. Essa tecnologia permitiu identificar marcas geológicas que indicam movimentos antigos da crosta terrestre. Eles descobriram que a falha acumulou cerca de 6 metros de tensão desde os últimos terremotos registrados, há 12.000 anos.
"Ainda não sabemos exatamente quando ou se essa tensão será liberada em um grande terremoto", admite Finley. "Mas é importante que continuemos monitorando para entender melhor o risco seismicno região."
No final do dia, a natureza tem seu próprio ritmo e nós, seres humanos, estamos sempre tentando prever o inprevisível. Enquanto isso, talvez seja hora de refletirmos sobre quão pequeno somos diante da força das placas tectônicas que moldam nosso mundo.