A Morte da Pública: CPB fecha após 5 décadas de financiamento à mídia pública

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A notícia do fechamento da Corporation for Public Broadcasting (CPB), após quase seis décadas de existência, é um marco triste na história da mídia pública dos Estados Unidos. Criada em 1967, a CPB foi responsável por financiar e apoiar veículos como a PBS e a NPR, entidades que representam um dos pilares da educação, cultura e jornalismo de qualidade no país.


Com a redução drástica de fundos federais, anunciada recentemente pelo governo Trump, a CPB foi compelida a encerrar suas operações. A medida, celebrada por alguns como um triunfo político, tem consequências profundas para milhões de americanos que dependem desses serviços.


Uma herança de desmonte


A decisão de desfazer a CPB não foi tomada de forma isolada. Desde 2017, o presidente Trump e os republicanos vêm promovendo um ataque sistemático contra a mídia pública, acusando-a de ser 'atrociosa' e defender interesses contrários aos conservadores.


Em julho deste ano, Congresso aprovou a rescisão do pacote que cortava US$ 1,1 bilhão dos fundos destinados à CPB nos próximos dois anos. Além disso, o projeto de orçamento do Senado para 2026 excluiu completamente os recursos para a entidade, algo não visto há mais de cinquenta anos.


A presidente da CPB, Patricia Harrison, em comunicado oficial, destacou o esforço dos milhões de americanos que tentaram preservar o financiamento federal. 'Agora enfrentamos a dura realidade de fechar nossas operações', declarou.


Apesar do fim da CPB, tanto a PBS quanto a NPR prometem continuar suas atividades, tentando honrar o legado da entidade. A diretora-executiva da NPR, Katherine Maher, ressaltou que a organização permanecerá comprometida com a jornada de 'criar um público informado e inspirado' em parceria com as estações locais.


A crise da democracia


Esta não é apenas uma história sobre o fim de um órgão governamental. É, sim, um reflexo do desmonte de instituições que historicamente promoveram a educação, a cultura e a imprensa de qualidade no país.


Enquanto a CPB era financiada, ela permitia que milhões de pessoas acessassem conteúdo educativo, cultural e jornalístico sem fins lucrativos. Com o seu fechamento, esse patrimônio está ameaçado. As consequências serão sentidas não apenas nas emissoras públicas, mas em todas as comunidades que dependem delas.


É um lembrete doloroso de como a polarização política pode afetar não só governos, mas também a própria estrutura da democracia representativa. Quanto custa desmontar anos de trabalho em prol do bem público? Talvez mais caro do que imaginamos.

Maria Oliveira

Maria Oliveira

Enquanto alguns celebram o fim da CPB como uma vitória política, outros entendem isso como um retrocesso para a educação e o jornalismo no país. Independentemente do lado que se esteja, é inegável que estamos assistindo à morte de um legado que durou quase meio século.

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