Netanyahu anuncia ocupação total da Faixa de Gaza em meio a crise política

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Em meio a uma crise política que ameaça as instituições democráticas de Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou a decisão de ocupar integralmente a Faixa de Gaza. A revelação foi feita pelo Canal 12, um dos principais meios do país, com base em fontes governamentais.

Segundo relatos, Netanyahu deve formalizar a medida na próxima terça-feira (5). Atualmente, o Exército israelense já ocupa cerca de 75% do território palestino. A decisão surge no contexto de crescentes protestos por um cessar-fogo com o grupo Hamas, após a divulgação de vídeos que mostram dois reféns israelenses em condições alarmantes de saúde.

Simultaneamente, o governo israelense está envolvido em um impasse com o Judiciário. Na semana passada, os ministros votaram unanimemente pela demissão da procuradora-geral Gali Baharav-Miara. A medida foi suspensa pela Suprema Corte, que analisa sua legalidade. Críticos argumentam que a exoneração visa enfraquecer o sistema judicial e serve aos interesses pessoais de Netanyahu, que está sendo julgado por crimes de corrupção, fraude e suborno.

Essa não é a primeira vez que Netanyahu enfrenta acusações de minar a independência do Judiciário. Em 2023, sua tentativa de reforma judicial desencadeou meses de manifestações e contribuiu para a debilitação da resposta israelense ao ataque do Hamas em outubro.

Enquanto isso, os protestos por um acordo de paz na Faixa de Gaza ganham força, com milhares de cidadãos exigindo um cessar-fogo. A situação atual reflete não apenas a complexidade da geopolítica regional, mas também o dilema entre poder e justiça em um Estado democrático.

Carlos Souza

Carlos Souza

A decisão de Netanyahu não é só política; é uma jogada que mistura estratégia com risco. Em plena crise institucional, ele parece estar apostaando no medo para manter o controle. Perguntamos: será que a história lembrará suas ações como heroicas ou como um ponto de virada para a decadência da democracia?

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